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Como a visão das crianças pode ajudar a recriar cidades

Equipe da H2C foi pedir ajuda aos pequenos para desenvolver lugares mais eficientes


O olhar das crianças pode ser a chave para transformar cidades brasileiras em locais mais eficientes. A ideia é simples: perguntar aos pequenos o que eles imaginam para as cidades e tirar das respostas soluções que possam efetivamente ajudar a consertar o que deve ser consertado.


Foi o que pensou o pessoal de um escritório paulistano de arquitetura e urbanismo chamado H2C. Helena Camargo, sócia da empresa, explica que a intenção do projeto é extrair das crianças aquilo que os adultos muitas vezes não conseguem mais enxergar: o lúdico.


“Desenhar a cidade para as crianças, pensando já nessa geração, vai nos ajudar a encontrar soluções lá pra frente”, conta ela. “Então hoje o nosso campo de pesquisa é o resgate do lúdico dentro das cidades e a conversa com as crianças sobre como elas imaginam essas cidades.”


A H2C está entre as empresas que tentam fazer com que São Paulo seja um lugar mais amigável. Helena está envolvida, por exemplo, com o Design OK, um coletivo de profissionais criativos que questiona o desenho urbano atual.

Foram eles que instalaram os primeiros parklets da metrópole, além do jardim pop-up que colocou um pouco de verde no Largo da Batata em agosto de 2014.


Os parklets, segundo Helena, foram trazidos para a capital paulista como provocativo. Algo que levantasse questões sobre “o equilíbrio dentro da cidade, o quanto é importante as pessoas terem o seu espaço, o quanto é importante o espaço ter qualidades e gerar um certo conforto para que as pessoas se sintam acolhidas e participem dessa construção da cidade”. Deu certo, e hoje os parklets estão elevados ao status de política púbica.


“As transformações não acontecem só dentro do campo de atuação da criatividade, da inovação, elas precisam acontecer fisicamente”, aponta a arquiteta. “E para acontecer fisicamente elas precisam estar dentro de alguma política pública, cumprir com um decreto; elas precisam de um instrumento jurídico que te dê suporte para que as ações que a gente faz não se percam no tempo, que realmente passem a ser questões efetivas e mudem o desenho da cidade.”