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Saudade do Futuro: Hong Kong em 2050 foi o tema de Bienal de Arquitetura deste ano

Você já parou para pensar quais serão os desafios da sua cidade em 2050? Esse foi o tema central da Bienal de Arquitetura de Hong Kong deste ano. Se HK já é considerada uma das cidades com maior densidade populacional nos dias de hoje, a pergunta é: o que podemos esperar para daqui alguns anos? Em busca de responder a questão, o público-alvo da Bienal foram os jovens, a quem o futuro pertence.


Alguns deles estavam preocupados em oferecer em construir plataformas em pleno mar, afim de aumentar a tão escassa área do solo urbanizável da cidade de HK.


Boa parte da Bienal foi exposta no Kowloon Park e por lá visitamos algumas intervenções construídas com bamboo, matéria prima abundante na região e que remete aos andaimes de obras - na Ásia quase todos os andaimes de obra são feitos a partir de caules de bamboo amarrados. A nossa instalação favorita foi o projeto do Arq. Edmond Wong, executado em bamboo, um Pop Up Theather que recebeu eventos animados com projeções noturnas. Segue uma imagem da projeto:




Outro projeto que chamou a atenção, foi da empresa Alpod que lançou durante a Bienal um protótipo da “unidade habitacional sustentável”, uma casa pré fabricada com 100 por cento dos componentes em alumínio, que apesar de nos despertar curiosidade, não nos pareceu algo sustentável pois a reciclagem do alumínio tem alto valor agregado e o fato de tornar a habitação um produto de consumo nos fez refletir sobre o verdadeiro papel da arquitetura dentro desta proposição:



Quando realizamos um projeto arquitetônico, pensamos no contexto e nas pessoas que irão habitá-lo: onde nasce o sol, como é o entorno, por onde entra a melhor brisa, e outros tantos condicionantes físicos. A partir do momento que uma casa vira um produto, mesmo que haja benefícios como preço mais acessível, carácter replicável e menos desperdício de material, a arquitetura perde a sua principal função: de ser o habitat humano, de entender a cultura local, as memórias e toda a sua contextualização. É quase tirar o elemento humano que tanto nos motiva a desenhar e traduzir a vida e a existência de maneira simplificada a ponto de quase transformá-la em uma “casa robótica”, sem alma.


Claro, que sem os avanços tecnológicos não teríamos a possibilidade de criar projetos organicistas devido à sofisticação dos novos softwares desenho e cortes à laser dos materiais, portanto não pretendemos voltar aos primórdios e sim manter uma consciência dos novos tempos e um olhar questionador e atento.


Para encerrar, aproveitamos esta menção à tecnologia, para contar que visitamos escritórios dos parceiros em HK e vimos que por lá que as impressoras 3D já se tornaram ferramentas de trabalho imprescindíveis no dia a dia dos jovens e entusiasmados arquitetos de Hong Kong. Por fim basta dizer, que embora eles não tenham consciência, para nós brasileiros, o futuro chegou lá primeiro e a Bienal veio nos mostrar isto.


Valeu mais uma vez, Hong Kong, e até breve!



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