Passarela de pedestres em Hong Kong
"First we shape our cities then they shape us”, pegando emprestada a citação do urbanista dinamarquês Jan Gehl, conto um pouco de como a cidade de Hong Kong mudou o meu ponto de vista sobre passarelas de pedestre e a relação entre espaços públicos e privados.
Ao chegar em HK à cinco anos atrás, sentia falta do contato direto com a rua. Esta falta de viver a vida em contato constante com o solo, trouxe a imagem inicial de um ambiente hostil e pouco generoso com as pessoas; em detrimento do fluxo contínuo de automóveis.
Aos poucos fui quebrando paradigmas sobre a qualidade de vida em espaços urbanos e percebi que as passarelas de pedestre que conectam espaços públicos e privados com acesso direto à estação de metrô, ônibus e tram (antigo bonde ainda em funcionamento); são uma maneira generosa de oferecer conforto, segurança e comodidade aos cidadãos.
Um conector estratégico em centros adensados, e que em dias de muito sol ou chuva, te protegem e permitem que a mobilidade não seja interrompida. Isto não impede que em trechos com menor poluição sonora, as pessoas passeiem pelas calçadas e cruzem as ruas.
Certamente, a cidade de Hong Kong vem a cada dia, ampliando as minhas percepções sobre o meio urbano, e redesenhando a minha visão de arquiteta/urbanista.
Na imagem ao lado: duas passarelas de pedestres que conectam edifícios para garantir comodidade, segurança na travessia de pedestres. Abaixo, no nível da rua, circulam ônibus e o TRAM (antigo bondinho)
Na imagem abaixo: pessoas circulam livremente em passarela de pedestre que liga o pier do Ferry boat ao bairro de Central. Ao fundo arranha céus, alguns com mais de 100 pavimentos no centro financeiro de HK.